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Padre José de Anchieta |
O teatro chegou ao Brasil
através dos portugueses, durante a colonização, no século XVI. E assim como o
seu surgimento no Egito, ele começou a ser praticado aqui por motivação
religiosa. Um dos maiores responsáveis pela implantação e expansão do teatro no
Brasil foi Padre José de Anchieta, um jesuíta português que utilizava as
encenações dramáticas para catequizar os povos nativos.
Durante
todo o processo de colonização este estilo foi mantido. Característica que só
passou por alteração a partir de 1808, durante a transferência da corte
portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro. A partir de então o teatro livre da
temática religiosa finalmente desenvolveu-se na nova capital do império
português, num processo que foi consolidado com a independência do país, em
1822.
Um
dos principais incentivadores da produção teatral propriamente brasileira foi o
ator João Caetano, que fundou a primeira companhia de teatro do país. O
primeiro brasileiro a escrever um drama foi Golçalves Magalhães, autor da peça Antonio José ou o Poeta e a
Inquisição; com estreia datada de 13 de março de 1938. O autor viveu e estudou
na Europa e retornou ao nosso país carregado de influências. Por aqui implantou
o romantismo, estilo que iria nortear a produção cênica nacional da época.
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Martins Pena |
Outro
autor fundamental para o desenvolvimento do teatro brasileiro foi Martins Pena,
conhecido como o “Moliére brasileiro”, ele inseriu no país o chamado Teatro de Costumes, uma espécie
de sátira que tem como temática as maneiras, costumes e conflitos sociais da
época em que é criado, sendo pautada sempre pela atualidade. Este estilo
preponderou nos palcos nacionais durante todo o século XIX, e entre seus
autores estiveram Gonçalves Dias, Machado de Assis e Joaquim Manuel Macedo.
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Nelson Rodrigues |
Do início do século XIX até a década de 30 não houve grandes mudança da produção teatral nacional, assim como no gosto do público. Em paralelo, na Europa aconteciam profundas alterações na criação artística como um todo, influenciada pelo modernismo. Os ecos dessas transformações chegaram ao Brasil através da Obra de Oswald de Andrade, produzida na década de 30; mas só encenada na de 60. Pois inicialmente o movimento modernista não causou forte impacto na prática e na produção cênica como um todo. O teatro moderno brasileireiro só foi verdadeiramente inaugurado na década de 60, a partir de Vestido de Noiva, obra de Nelson Rodrigues, um nome fundamental para a afirmação do novo momento do teatro nacional.
Tendência
que, apesar de necessária, teve de esperar por mais algumas décadas para ser
oficialmente estabelecida. Com a imposição da Censura pela Ditadura Militar, o
teatro passou por um retrocesso produtivo, já que a repressão impedia muitas
obras de serem apresentadas ao público por motivos políticos.
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Montagem de Milagre Brasileiro |
Este
ambiente artístico assombrado pela repressão só foi dissolvido na década de 80,
a partir da emergência de uma nova forma de governo, o regime democrático. Foi
quando a produção cênica nacional pôde finalmente ser retomada com
liberdade, e o teatro assumiu o rumo que podemos conferir nos dias de hoje, com
novas diretrizes e sem o predomínio de nenhum estilo específico, apontando um
processo de transformação constante.
Barão em foco: http://www.baraoemfoco.com.br/barao/portal/cultura/teatro/tatrobr.htm
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